Sinopsis
… Falou para as janelas escuras, para o vento frio, para a ponte de pedra e para o silêncio. Mas, dessa vez, nem ninguém lhe respondeu. Nem mesmo aquela alma preta que vivia debruçada na janela da senzala e que, por vezes, lhe saudava, parecia agora lhe dar ouvidos. Tudo era quietude e apreensão. Já passava da meia-noite quando o velho avistou uma sombra crescente nas paredes grossas, na curva da São José, vindo em sentido contrário ao seu trajeto, também em direção à ponte. Conferiu novamente o relógio. Seria quem ele esperava? Parou com seus versos, encolheu-se o mais que pôde dentro de suas tantas roupas e pôs-se a esperar.