Sinopsis
Esta obra propõe a ideia do jornalismo como ação cultural emancipatória, recuperando os conceitos de Paulo Freire para uma prática pedagógica libertadora. O jornalismo emancipatório é uma proposta para superar a espetacularização midiática que colonizou a atividade jornalística, em que a verdade transfigurou-se para verossimilhança e a opinião para o opinionismo. Essas mudanças no jornalismo são produto de alterações na configuração da civilização capitalista, da qual o jornalismo é herdeiro, dentre as quais se destacam o esvaziamento da esfera pública política e a mudança das estratégias do capital, que passa a dispensar as intermediações da política para o exercício da sua hegemonia – surge, assim, o que se chama de "ação direta do capital", em que todas as dinâmicas societárias são guiadas pela lógica do mercado e do consumo. A superação desse processo dá-se por um projeto de emancipação coletiva, ou em comunhão, na perspectiva de Paulo Freire, Martin Baro e Oscar Jara, que apontam para transformação das relações sociais a partir do protagonismo dos setores oprimidos. O jornalismo emancipatório é, então, a reconstrução do discurso midiático a partir da perspectiva da superação das dinâmicas de opressão em todas as suas vertentes.